Presidente preferiu despachar em sua residência oficial para evitar manifestações
Dida Sampaio/AE 26.04.2011
Soldados da Aeronáutica foram demitidos após seis anos de trabalho na FAB e protestam em frente ao Planalto
Há dois dias, o Palácio do Planalto convive com o ensurdecedor barulho de cornetas usadas em estádios de futebol, tocadas por cerca de 20 soldados da Aeronáutica que foram demitidos após seis anos de serviço e querem ser reincorporados à Força Aérea.
Nesta terça-feira (26), incomodada e constrangida com o barulho, que atrapalhava uma apresentação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante a reunião do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff pediu providências para que a manifestação fosse suspensa.
Quando Mantega começou a falar, os oficiais intensificaram o som das cornetas e chegaram a soltar fogos de artifício. Dilma reclamou com o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, que chamou o chefe do cerimonial da Presidência, Renato Mosca, e cobrou providências. Um emissário foi ao encontro dos manifestantes, que concordaram em dar uma trégua.
A condição foi uma audiência com a Secretaria-Geral da Presidência no início da tarde, durante a qual foi reiterada a proposta do governo de colocar a AGU (Advocacia-Geral da União) para acompanhar o processo na Justiça e emitir um parecer.
No entanto, o resultado da reunião foi considerado insatisfatório pelos manifestantes, que voltaram a fazer muito barulho às 16h.
Os soldados avisam que só haverá desmobilização se forem recebidos pela presidente e ameaçam dar continuidade ao ritual de manifestações, pela manhã no Alvorada e durante o horário do expediente na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto.
Hoje, após a reunião do CDES, Dilma cumpriu agenda no Palácio da Alvorada - residência oficial do presidente - e conseguiu ficar longe do barulho.
Para tanto, ela precisou transferir para lá uma reunião com a ministra do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Tereza Campello. Após o encontro do CDES, Dilma foi almoçar no Alvorada e não voltou mais para o Planalto.
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